sexta-feira, 2 de março de 2012

Coleta, fixação e herborização de algas

Quer aprender técnicas para trabalhar com macroalgas? Aqui, no espaço BENTOFIC, você encontrará diversas dicas. Fique sabendo como coletar, fixar e herborizar algas.

COLETA:

Materiais:
  • Bloco de anotações
  • Câmera fotográfica
  • Faca ou estilete
  • GPS
  • Saco plástico preto, recipiente escuro ou vidro coberto por papel alumínio

Primeiramente, deve-se analisar a tábua de marés da área a ser estudada, para a partir destes dados escolher a data e o horário mais adequado (http://www.mar.mil.br/dhn/chm/tabuas/). Quanto mais baixa a maré melhor será. No dia é necessário estar vestido(a) com roupas leves, de preferência àquelas que oferecem mais proteção contra a radiação solar. Além disso, é necessário o uso de protetor solar e dependendo do horário do trabalho o uso de boné ou chapéu. O uso de tênis ou sapato fechado se faz obrigatório, pois cortes e ∕ou arranhões podem ser causados no contato com o substrato.

1.    Dirigir-se à zona de coleta e procurar a alga que deve ser coletada;
2.    Após encontrá-la retirar com cuidado do substrato com o auxilio do objeto cortante. Ao retirar é necessária a permanência de uma pequena porção do substrato;
3.    Armazenar o material retirado (juntamente com um pouco de água do mar) no saco plástico preto, no recipiente escuro ou no vidro coberto por papel alumínio. Estes impedem a descoloração das algas ao ter contato com a luminosidade;
4.    Ao coletar faz-se importante anotar as coordenadas, o coletor e o horário de coleta;
É interessante registrar o ambiente de coleta com uma câmera fotográfica.

FIXAÇÃO:

Materiais:
  • Água
  • Formalina a 4%
  • Frasco escuro

É necessário estar equipado com jaleco, luvas e máscara.

1.    Triar as algas coletadas e limpá-las com água;
2.    Em um frasco escuro, armazenar as algas triadas juntamente com formalina a 4%;
3.    Armazenar preferencialmente em geladeira.

HERBORIZAÇÃO:

É necessário estar equipado com jaleco, luvas e máscara.

Materiais:
  • Bandeja
  • Estufa
  • Jornal
  • Papel 60 kg
  • Papelão
  • Pincel nº 12 ou 14
  • Prensa

1.    Após descansar em formalina 4% por pelo menos 4 horas, retirar a alga e colocar sobre o papel 60 kg;
2.    Colocar o papel com a alga dentro de uma bandeja com água;
3.    Organizar a alga com o auxílio de um pincel na folha de papel;
4.    Retirar o material da bandeja;
5.    Colocar a alga juntamente com o papel entre folhas de jornal;
6.    Em seguida, colocar entre folhas de papelão;
7.    Levar o material à prensa e amarrá-la bem;
8.    A prensa deve ser colocada dentro da estufa até que as algas percam toda a umidade;
9.    Após perder a umidade, a prensa deve ser retirada da estufa;
10.    Depois de retirada da prensa a alga se encontra herborizada, pronta para receber sua ficha de identificação e ser armazenada de maneira adequada.

quinta-feira, 1 de março de 2012

Barra Grande

Praia de BARRA GRANDE, Cajueiro da Praia, Piauí. É uma praia belíssima, com grau de dificuldade em coleta médio tendo em vista se compararmos com a praia de Cajueiro da Praia. É muito agradável trabalhar na citada praia.

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Ficologia no Piauí



O Piauí situa-se na Região Nordeste do Brasil, no hemisfério Sul e Ocidental e possui zona climática Intertropical. Seu litoral abrange uma área correspondente a 66 km, na qual podemos encontrar ambientes com afloramentos rochosos, onde geralmente é encontrada uma grande variedade de algas.

 >>Mapa de localização do litoral do estado do Piauí, Brasil.


A área da ciência que estuda os organismos fotossintetizantes aquáticos denominados de algas é conhecida como ficologia ou algologia (Phykos, do grego = alga). Segundo Bicudo & Meneses (2006), em “alga” estão inclusos os talófitos e protistas clorofilados, cujos órgãos de reprodução jamais são envoltos por um conjunto ou tecidos constituídos de células estéreis. Na caracterização das algas existe uma enorme variação de estrutura, formas de reprodução, históricos de vida, processos fisiológicos e de ambientes em que vivem os organismos com tal denominação.
 
As algas são organismos capazes de ocupar todos os meios que lhe ofereçam luz e umidade suficientes, podendo ser encontradas, geralmente, tanto em água doce, salgada e salobra, quanto em solos úmidos ou mesmo sobre a neve (Vidotti & Rollemberg, 2004). As áreas mais ricas em macroalgas, tanto em diversidade biológica quanto em biomassa, são os costões e fundos rochosos e as áreas recifais (Oliveira et al., 1999).

Segundo Oliveira et al. (1999), a distribuição de algas ao longo da costa do Brasil é o resultado de uma interação complexa entre fatores históricos, biogeográficos; características das massas de água; disponibilidade de substrato consolidado; presença de curso de água doce e de interações bióticas. De acordo com Raven et al. (2007), ao longo da zona costeira rochosa, as macroalgas de maior porte e complexidade podem ser encontradas, quando em marés de sizígia distinguem-se facilmente camadas que refletem a posição das espécies de algas em relação à sua capacidade de sobreviver à exposição da luz solar.
 
Os trabalhos realizados no Piauí incluindo as algas marinhas bentônicas são escassos. Observando isso, um grupo de pesquisadores da Universidade Federal do Piauí (UFPI) consideraram necessário e interessante um estudo mais aprofundado sobre a ficologia piauiense e resolveram criar o BENTOFIC, a fim de obter dados relevantes e divulgá-los à sociedade, logo por que se tem observado um crescimento da ação antrópica nas diversas praias do litoral piauiense.

Seja bem vindo ao espaço BENTOFIC, onde poderemos discutir e compartilhar informações sobre esta área da ciência que é tão importante: a ficologia.


Bicudo CEM. & Meneses M. Gêneros de algas de águas continentais do Brasil (Chave para identificação e descrições). São Carlos: Rima, 2006.
Oliveira EC, Horta PA, Amancio E e Sant’anna CL. 1999. Algas e angiospermas marinhas bênticas do litoral brasileiro: diversidade, explotação e conservação. In: Workshop sobre Avaliação e ações prioritárias para a conservação da biodiversidade das zonas costeira e marinha. Relatório Técnico. Brasília, Ministério do meio Ambiente.
Raven PH, Evert RF e Eichoorn SE. Biologia Vegetal. 7° Ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2007. 830p.
Vidotti EC & Rollemberg MCE. 2004. Algas: da economia nos ambientes aquáticos à biorremediação e à química analítica. Química Nova, v.27, n.1, p. 139-145.